AGENDA GERAL
SAMBA DO CRIOULO
Vejamos: ocorreu o previsto. O médico e agora ex-vice-governador, tornou-se, de fato, governador do Estado. As viúvas do poder, em lágrimas, passaram a andar pelos cantos, macambúzias, fugindo das entrevistas no rádio e na Tv. Ora, o mundo, parece, não vai acabar. Pedro Paulo não terá muito tempo para milagres administrativos, nem pretende perde-lo com bobagens. Vai modificar a sistemática de atuação de algumas secretarias? Sim, isso é necessário. No final do governo Waldez, vários integrantes do primeiro escalão, aproveitando o fim de festa, estavam fazendo corpo mole.
DANÇA DO FOGO
Por falar em samba, a partir de ontem, segunda, começou a contagem regressiva e o início de uma verdadeira dança do fogo. O prefeito de Macapá, Roberto Góes, já anunciou solenemente que apóia o deputado presidente da Assembléia, Jorge Amanajás (PSDB), para o governo. Não significando, é claro, que os convênios e acordos prefeitura versus Estado, em andamento, irão sofrer soluções de continuidade. O que foi fechado, continuará. Ficando os dois, governador e prefeito, com a obrigação de atentar para a “guerrinha” surda das respectivas assessorias. Servidores que, na ânsia de servir ao chefe, sempre azucrinam a vida dos eventuais adversários políticos dele. Lembrem-se, meninos, nós estamos no Amapá.
NOIVA DA HORA
Não mais que de repente, eis que sai do caixão de formol o PSB do Amapá. Agora, todo mundo o quer como aliado político. Por que? Bem, existe a possibilidade de haver uma espécie de reunião de opositores na mesma canoa em cujo timão está o ex-senador João Alberto Capiberibe. Ele sabe que o balaio de votos do seu partido – nas duas últimas eleições – não impressiona ninguém. Elegeram a deputada federal Janete Capiberibe (29.547 votos em 2006, 10.3% dos votos válidos). Somam-se também os 5.213 votos do deputado estadual Camilo Capiberibe, exatos 1 73% dos válidos. Fora desses dois, nada que mereça atenção. Exceto, é claro, a eleição da vereadora Cristina Almeida, 4.165 votos, em 2008. O PSB termina por aqui.
NOVAS ADESÕES
Quem pode adeir, nesse caso de haver um convescote geral entre os políticos de oposição? O PMDB – de Sarney e Gilvam Borges – naquela trilha sinistra de sempre ir à reboque dos outros, sem lançar candidatos às eleições majoritárias para o governo – teria mantido conversações com o PSB. Gilvam, que de bobo não tem nada, poderia arriscar uma cartada decisiva: lançar seu nome ao governo do Estado, tendo Camilo Capiberibe, como vice no chapão. A fórmula, que agrada a uns, faz com que outros virem os beiços. Esquecidos que os Capiberibe e os Borges, não faz tempo, já dividiram o mesmo colchão. Porém, se conseguirem a proeza de arregimentar outros partidos, podem dar trabalho e, ajudem-nos a sorte e os fados, até ir ao segundo turno.
FATOR GOVERNO
Agora, só um fantasma assusta a moçada: Pedro Paulo Dias de Carvalho (PP), está no comando estadual, munido da caneta e do inevitável Diário Oficial. Ao que consta, ele não pretende repetir os erros do passado recente, aqueles cometidos pela deputada federal Dalva Figueiredo (PT), quando teve de – na qualidade de vice – substituir o titular do Executivo estadual, João Alberto Capiberibe. Mas, o tempo passa. Ficam apenas as memórias e, aqui e ali, lições a serem aprendidas e, se possível, não repetidas. Afinal, nove meses de gestão, em tudo por tudo e também pela lógica dos fatos, não são suficientes para solidificar nenhuma liderança. Até as obras de maior vulto, sempre levam mais tempo. Portanto, o governador Pedro Paulo, pode seguir aquele velho conselho de Ulysses Guimarães: em política, a gente sempre deve ciscar pra dentro.
ENERGIA RURAL
A única desvantagem desses acomodados da máquina estadual, é que eu costumo escarafunchar interior a dentro. Quase todas as semanas, dou uma voltinha por essas brenhas do Amapá, para ver como estão as coisas. Uma delas, a eletrificação rural, precisa entrar na pauta de prioridades do governo. Pois não há explicação possível para os constantes cortes de energia elétrica, muitas vezes quase um dia inteiro, em localidades a menos de 100 Km. de Macapá. Isso tem causado transtornos às populações interioranas e, principalmente, ao pequeno comércio regional. Mercadorias perecíveis estragam, aparelhos refrigeradores queimam, eletrodomésticos (ferros elétricos e ventiladores), pifam e as pessoas não sabem a quem apelar – ou reclamar.
ATAQUE NERVOSO
Francamente, dá para desconfiar de toda essa propaganda, milionária e ufanista, despejada em cima da candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff. Ela não tem transmitido sensação de segurança alguma, quando se refere aos grandes problemas nacionais. Lê os discursos, preparados pela assessoria, com aquela fidelidade repetitiva dos papagaios. Fosse pouco, continua insistindo nos ataques ao ex-governador José Serra (PSDB), como se ele representasse todos os males brasileiros e os pecados do mundo. Por que ela não revela as cifras bilionárias das “ajudazinhas” do Tesouro, aos banqueiros daqui e aos internacionais? O detalhe é que esse PT que aí está, reza naquela cartilha do faça o que eu digo, não o que eu faço. Ou não?
PARECE PIADA
Nada pessoal, mas esse projeto do Banco do Povo, recém aprovado pelo prefeito Antonio Nogueira (PT), de Santana, assemelha-se à uma piada de mau-gosto. Quem irá capitalizar essa instituição? O bispo da diocese? Será possível que essas “idéias” luminosas só aparecem mesmo em época de eleições? Creio que o distinto prefeito Nogueira, devia – quando menos – cercar-se de gente mais capacitada. Técnicos de alto nível, que não permitissem que ele fosse atirado às feras da imprensa local – e ao ridículo, perante a população santanense.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
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