quinta-feira, 18 de novembro de 2010

LEITURA DE QUINTA

                         AGENDA ABERTA

                    (Quinta, 18/11/10)
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AMAZÔNIA
      Na Câmara, continua frio o café na Comissão da Amazônia. Passou o período eleitoral, os eleitos respiram aliviados e fagueiros, os derrotados contabilizam os prejuízos e olham o calendário da próxima eleição. Contudo, nenhuma das grandes questões da Região, inclusive novas definições para as atribuições da Suframa, mereceram maior análise ou discussão. Na verdade, os congressistas continuam a tradição de sempre deixar para depois o equacionamento eventual dos problemas da região Norte do país.

GOVERNADORES
      Como o mar não ta pra peixe e os cofres estaduais estão vazios, os governadores reeleitos e os eleitos na Amazônia, já estão montando acampamento em Brasília. Camilo Capiberibe (PSB) do Amapá, ontem (17), foi tomar a bênção de S. José Sarney, numa audiência no Senado. Segue o ritual, pois o PMDB formou um blocão de partidos aliados no Congresso e vai influir bastante no governo Dilma.

PROMESSAS
      Se for somente para atender ao rosário de promessas de campanha da presidente eleita, Dilma Rousseff, as burras da Viúva precisarão ter à disposição a bagatela de R$ 140 bilhões. Fora as parcelas atrasadas dos tais PAC 1 e o PAC 2, este último saindo do forno, mas causando preocupação na equipe financeira. De onde tirar o dinheiro necessário? E nem adianta ficar por aí boquejando besteirol, esperando Godot e acreditando no “Eldorado” do pré-sal.



NOVA REALIDADE
      Em uma década, o Amapá aumentou sua população em 36%, segundo o IBGE. Passamos de 477.032 para 648.553 pessoas. Porém, ainda acho que tem mais gente. Essa é uma realidade que precisa ocupar a cabeceira da mesa no planejamento sócioi-econômico do Estado. Porque não demora nadinha e estaremos batendo na trave do 1 milhão de habitantes.

NOVO PARTIDO
     O ex-governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), obteve expressiva votação e caminha para transformar-se, brevemente, num dos grandes novos líderes políticos do país. Contudo, no meio do caminho tem uma pedra. A tucanagem acaba de engolir uma derrota eleitoral (Serra), para a presidência da República. O PSDB dividiu-se em alas, radicais umas, moderadas outras. Discutem, às tontas, o sexo dos anjos. Só resta a Aécio, se souber olhar o futuro, fundar um novo partido. Ou abrigar-se numa legenda menos desgastada. Maktub.

LUIZ PITAQUEIRO
      Rei morto, rei posto. Frase que o presidente Lula da Silva vem pronunciando, frequentemente, joga cortina de fumaça conveniente em suas “reais” intenções. Por várias razões, a mais forte das quais de origem partidária – afinal, ele, Dirceu, Palocci, Genoíno e outros menos cotados – prepararam-se para governar o Brasil no mínimo por uns 20 anos. Como Lula conseguiu a proeza de eleger sua candidata, quem acredita que ele não irá tornar-se o pitaqueiro-mór da República? Sim, ele sairá em dezembro, mas ficará por aí, cadáver insepulto, dando pitaco em tudo e assombrando as criancinhas. Anotem.