quinta-feira, 31 de março de 2011

CARTA ABERTA A MATHEUS

                  Prezado Matheus,

           A Internet, hoje em dia, pode causar-nos surpresas bastante agradáveis. Assim como decepções e perda de tempo. Há muitas coisas interessantes nessas redes sociais, tipo Twitter e Facebook, por exemplo. Lugares onde poderemos, com um pouco de sorte, encontrar pessoas com as uais valha a pena analisar e comentar os fatos de nossa vida moderna.
           No twitter, disse-lhe ter me divertido com sua irritação com o vizinho que, sem mais aquela, estava aí em S. Paulo a ouvir brega em alto volume. Não sei se lembra que recomendei-lhe calma, pois as pessoas sem maior discernimento acerca dos significados do respeito ao próximo, nada mais são do que alimárias humanas. Jumentos teimosos que precisam apanhar muitas chicotadas, até aprenderem que o mundo, as horas, os momentos e os espaços não são privilégio exclusivo de ninguém. É preciso compartilhar experiências e sentimentos, mas também é necessário delimitar o nosso território pessoal de maneira a não atingir, nem ferir ninguém.
           Em seu Perfil do twitter, você diz ser "Locutor, Cantor, Ator, Estudante e acima de tudo um garoto cheio de sonhos." Aliás, muito simples e muito direto. De fato, tenha sempre em mente uma verdade: você deixará de ser um menino, um garoto de coração aberto à vida, no dia em que renunciar aos seus sonhos. Nunca deixe de sonhar.
            Numa fase distante no tempo, tanbém fui produtor-redator noticiarista e locutor de rádio. Apresentei programas de crítica musical, política e atualidades. Foi uma experiência enriquecedora. Hoje, tenho cerca de 43 anos de jornalismo a exibir e ainda acho que nada sei. Preciso aprender mais.
             Doravante, teremos outras oportunidades de conversar e debater sobre oa assuntos marcantes do Brasil e do mundo. Esteja à vontade. No mais, seja muito bem-vindo ao meu pequeno círculo de novos Amigos.
               Cordialmente,


                Bonfim Salgado
             
            
          

quarta-feira, 30 de março de 2011

A GUERRINHA DOS CONTRATOS

                      QUEDA DE BRAÇO GOVERNO VERSUS ASSEMBLÉIA

                                                            Bonfim Salgado

                      Maktub. Estava escrito. Não poderia ser diferente. Os respectivos horóscopos, desde a Idade da Pedra Lascada, nunca combinaram bem. Logo, essas idas e vindas em torno da possível aprovação dos contratos administrativos, é assunto bastante previsível e não contém, como se comenta à exaustão, nenhum elemento surpresa.

                      Considerando-se que a máquina estadual nunca teve o condão de funcionar sozinha – é preciso muita gente para empurrá-la e, mais importante, geri-la – por que causaria espanto que o governo Camilo Capiberibe tenha indicado suas necessidades de pessoal em torno de 3 mil pessoas?

                      Por outro lado, até as criancinhas do prezinho escolar, sabem que os 24 deputados estaduais, cada um a seu modo, tem interesses políticos a defender. Logo, é ingenuidade pensar que qualquer deles deixaria escapar a oportunidade de negociar com o governo a aprovação desses contratos. Até porque, aqui e na China, base política é feita de pessoas, seres humanos com necessidades específicas, sendo uma das principais o trabalho remunerado.

                     A formidável pressão que S. Exas. recebem, faz parte do jogo. O governo, por sua vez, irá testar o seu prestígio político e, por extensão, a habilidade de sua bancada parlamentar, a fim de fazer aprovar o máximo de contratações possível. Afinal, há um componente esquecido pela mídia nessa questão dos contratos administrativos: as eleições municipais de 2012. Hoje, prepara-se o terreno, azeita-se os possíveis aliados e, amanhã, num processo político mais do que normal, colhem-se os frutos. Essa é a fórmula.

terça-feira, 1 de março de 2011

ARTIGO DE HOJE - terça-feira, 1ª de março/2011

                                  UM GOVERNO SOB FOGO 

                                        Bonfim  Salgado

               Antes de mais nada, gostaria de esclarecer que não tenho, nunca tive e nunca pedi procuração para defender o governo do Estado do Amapá. Apenas, por absoluta falta de tempo para entrar em maiores detalhes, igualmente é interessante frisar que conheço a máquina administrativa por dentro, sabendo muito bem de suas complicadíssimas engrenagens e manhas. Estive em cargos de confiança nos governos Jorge Nova da Costa, Gilton Garcia, João Alberto Capiberibe e Waldez Góes, mais recentemente,
               Mas, vejamos a situação. O governador Camilo Capiberibe, acaba de completar apenas 60 dias de efetivo mandato. Esta semana, começou o processo - normal e rotineiro de todo governante que se preza - visitando municípios. Elegeu Santana em primeiro lugar e lá esteve, visitando o prefeito Antonio Nogueira e algumas obras do direto interesse do Estado. Segundo consta, foi bem recebido pelos políticos locais e saiu disposto a encetar as parcerias e convênios que devem animar Santana e injetar oxigênio em sua economia.
               Quanto ao governo em geral - secretarias e demais repartições - pode-se notar aquele tipo de hesitação administrativa, mais que normal, de resto apanágio de qualquer nova administração. Os titulares dos cargos de primeiro escalão, sempre realizam suas auditorias, ajustando as equipes às novas diretrizes e ao planejamento das metas de trabalho. E isso não é processo que se faça e muito menos conclua em apenas 60 dias. Basta considerar o status quo do Estado, após os vendavais que marcaram o final dos governos Waldez Góes e Pedro Paulo, destacando-se os descalabros financeiros, compadrios suspeitos nas licitações e outros ilícitos - ainda sob investigação - que culminaram na Operação Mãos Limpas da Polícia Federal.
               Razão porque, sob o ponto de vista da ética jornalística e da coerência nas atitudes - a bem da verdade e da justiça - não é aceitável que a imprensa do Amapá, sob rufar de tambores, venha promovendo ataques mais que explícitos ao governo de Camilo Capiberibe. De repente, começaram a ver na figura do mandatário estadual os fantasmas, defeitos e omissões que essa mesma imprensa intencionalmente ignorou nos governantes passados. Esquecem também os donos de jornais, rádios e televisões que o Amapá - pelas ações erradas e a incúria interesseira e corrupta de muitos - literalmente afundou em dívidas e tem comprometido o seu futuro, quando menos, pelos próximos dez anos.
               Camilo Capiberibe - e ele sabe muito bem dessa verdade - não possui nenhuma varinha de condão, nem pretende fugir de sua linha programática e de seus objetivos, aí incluso as promessas de campanha que nem teve tempo hábil para cumprir. À ele, por uma questão de absoluta justiça, deve ser dado pela imprensa, pelos nossos políticos, instituições e cidadania esclarecida, um crédito de confiança. Precisamos torcer, isso sim, para que as coisas dêem certo. Para que setores como a Saúde, a Educação e a Segurança Pública, sejam prioritários e recebam as atenções e as melhorias que a comunidade em geral aguarda.
               Ora, senhores. Não se trata de abdicar da crítica, nem de fazer inúteis exercícios de lambe-tapetes palacianos. Quando o governo acertar, colaboremos com o nosso incentivo. Quando errar, façamos os nossos editoriais e artigos, mas não de maneira covarde e desleal e num estilo que não engrandece ninguém - e nem ajuda em rigorosamente nada o Estado do Amapá.