Luiz Solano, um dos melhores profissionais de imprensa que conheço, remeteu-me esse pequeno artigo. Nele, podem ser vistos aspectos cruéis de como a injustiça e a hipocrisia ainda permeiam as relações sociais no Brasil. Como pode uma pessoa decente ser vilipendiada e perseguida por um político, por um crime que não cometeu? Esse é o Brasil que não quero para minha filha, muito menos para minha neta.
LUIZ SOLANO/O Repórter do Planalto
(25/10/11)
Pimenta só dói no olho do vizinho
Parece que a presidente Dilma
estava em lugar incerto e não sabido quando o ex-governador Joaquim Roriz
esteve à frente do Governo do Distrito Federal, nos anos 90, e fez um belo
trabalho em Brasília, dando condições de vida para milhares de pessoas que
moravam de fundo de quintal, promovendo uma revolução na distribuição de lotes
e criando cidades como Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo e muitas
outras, dando endereço a essas pessoas que escolheram Brasília para trabalhar,
estudar e viver.
Pois bem, Joaquim Roriz foi
criticado pela militância do PT e investigado pelo Ministério Público sobre a
iniciativa de dar dignidade aos brasileiros que se fixaram aqui. Foi massacrado
e até mesmo condenado por um crime que não cometeu, quando seu grande pecado
foi ajudar as pessoas que precisavam de um teto, com muitos fugindo da seca e
da miséria no Nordeste. Nos governos anteriores, Joaquim Roriz foi novamente
massacrado pelos petistas de plantão no Distrito Federal, que sempre criavam
alguma forma de tirar o ex-governador do foco do seu trabalho para dar
explicações à sociedade de Brasília e para a mídia no Distrito Federal.
Como pimenta só dói do olho do
vizinho, lemos as declarações da presidente Dilma quando saiu em defesa do
ministro Orlando Silva, ao dizer que o "governo não condena ninguém sem
provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência".
Belas palavras para defender o ministro. Na mesma nota, a presidente Dilma diz
: “Não lutamos inutilmente para acabar com o arbítrio e não vamos aceitar que
alguém seja condenado sumariamente”. Outras belas palavras em favor do
auxiliar, que hoje é denunciado pela mídia de todo o país, por corrupção na
pasta que ocupa na Esplanada dos Ministérios.
Joaquim Roriz não teve o mesmo
tratamento dos petistas no Distrito Federal e mesmo fora de Brasília. A
pergunta que faço é: onde estava a senhora Dilma, nessa ocasião, quando Joaquim
Roriz foi ameaçado, denunciado e massacrado pelos atuais detentores de
importantes cargos na República?
Eu e meus filhos estamos sendo
perseguidos por um deputado do PT aqui de Brasília. Enviei à presidente Dilma;
ao secretário Geral da Presidência, Gilberto Carvalho; e ao ministro Eduardo
Cardoso, uma carta explicando a situação e não tive qualquer resposta, pois o
perseguidor é dos quadros do PT e a eles certamente não interessa intervir
nessa situação para não constranger o "companheiro".
Quando era ministro da Justiça, o
hoje governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, foi informado dessa
perseguição. Apenas mandou uma "cartinha" para a Secretaria de
Segurança Pública do Distrito Federal para saber o que estava acontecendo e
ficou nisso mesmo, enquanto que o deputado do PT continua com sua perseguição
implacável contra mim e meus filhos. Como podem ver, a presidente Dilma defende
o amigo, seu ministro, e não liga para as injustiças que são praticadas por
membros do seu partido, o PT, às pessoas de bem e pacíficas.
Esse deputado do PT que persegue
a mim e a meus filhos disse em nota publicada no jornal Correio Braziliense que eu era assassino, pois tinha atropelado e
morto uma criança, usando um carro oficial. Pedi a ele explicações por meio de
carta e pela imprensa para saber onde estava registrado tal acidente, em que
delegacia ou cidade, em que dia, mês e ano isso aconteceu. Nunca respondeu
nada, ficou calado, já que se escondia na época e se esconde ainda atrás de um
instrumento imoral que é chamado de "imunidade parlamentar", a arma
dos covardes, que fogem da Justiça.
Em vez de se explicar sobre o assunto,
preferiu me processar, pois o chamei de dedo-duro e ele se sentiu ofendido.
Ele denunciou para a sociedade de
Brasília um crime fictício, que eu não cometi, ou seja, o atropelamento de uma
criança. É, dona Dilma: PIMENTA SÓ DÓI NO OLHO DO VIZINHO.
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