Esse Artigo de Olavo de Carvalho, reflete meu pensamento sobre essas idas e vindas políticas do PT e seus instrumentadores. Um tipo de gente que tomou o poder de assalto e, hoje, comete as mesmas práticas sócio-econômicas deletérias de governos anteriores. Indignados, não raro nos vemos pensando naquela frase: "Cada país tem os militantes do PT que merece."
Escrito
por Olavo de Carvalho
25 Outubro 2011
Artigos - Cultura
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Quem os doutrinou para crer que qualquer desafio às
suas convicções é crime e não pode ser tolerado nem por um minuto?
Saudosos
tempos aqueles em que os jovens esquerdistas investiam galhardamente
contra cavalarianos armados de sabres! Atualmente eles se reúnem às
centenas para intimidar um homem só, minoria absoluta no Congresso, e se
acham uns heroizinhos por isso. Ou, montados no apoio do Estado e de ONGs
bilionárias, se articulam maquiavelicamente para cortar os meios de
subsistência de um pai de família que, perseguido e acuado em sua terra, vaga
de país em país com a mulher e quatro filhos, rejeitado e humilhado por
toda parte, sem ter onde cair morto.
Quem
quiser conhecer a alma da juventude militante hoje em dia, dê uma espiada
nos sites http://pheeno.com.br/lifestyle/video-vaiado-bolsonaro-deixa-universidade-de-camburao
e http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/
noticiasfaltantes
/perseguicao-anticrista/12426-ativistas-gays-cortam-a-conta-de-julio-severo-no-paypal.html.
Em ambos
os casos, os ativistas imaginam, sentem e acreditam, no interior do seu
teatrinho mental, que são ousados combatentes pela liberdade lutando contra o
centro mesmo do poder opressor, quando na realidade são eles
próprios o braço do maior esquema de poder que já se viu no mundo, a
aliança do Estado com os organismos internacionais, as grandes fortunas
globalistas e a mídia em peso, todos juntos contra focos isolados de
resistência, ingênuos e desamparados idealistas que, certos ou errados, nada
ganham e tudo arriscam para permanecer fiéis a seus valores.
É a
caricatura grotesca, a inversão total da coragem cívica, a perda radical do
senso da equivalência de forças, das leis do combate honroso que um dia
prevaleceram até em brigas de rua, entre malandros, e hoje desapareceram por
completo nos corações daqueles que, para cúmulo de ironia,
continuam se achando a parcela mais esclarecida da população.
Quem os
ensinou a ser assim? Quem arrancou de suas almas o sentimento mais
elementar de justiça, de honra, de amor ao próximo e até mesmo daquela
tolerância que tanto exaltam da boca para fora, substituindo-o pelo ódio
projetivo, insano, misto de terror, que só enxerga no rosto do oponente a
imagem do demônio que os intimida por dentro e os leva a sentir-se ameaçados
quando ameaçam, perseguidos quando perseguem, oprimidos quando oprimem, odiados
quando odeiam?
Quem os
ensinou a temer a tal ponto os argumentos vindos de uma voz solitária que,
ao menor risco de ouvi-la, sentem a necessidade de sufocá-la com gritos e
ameaças, e acreditam ser isso a apoteose da democracia, da liberdade e dos
direitos humanos? Quem os doutrinou para crer que qualquer desafio às suas
convicções é crime e não pode ser tolerado nem por um minuto? Quem os
ensinou a imaginar a estrutura do poder de cabeça para baixo, com dois ou
três cidadãos isolados e sem recursos no topo, e o conjunto das forças
internacionais bilionárias em baixo, gemendo sob o jugo implacável
de algum Jair Bolsonaro, Julio Severo ou Padre Lodi?
Quem os
ensinou a enxergar "crimes de ódio", imputáveis à consciência
religiosa, em cada assassinato de homossexuais praticado por garotos de
programa, com toda a evidência homossexuais eles próprios, e desprovidos, é
claro, de qualquer vestígio de escrúpulos religiosos? Quem os ensinou a
proclamar, diante desses assassinatos, que "a Igreja tem as mãos
sujas de sangue", quando o próprio Movimento Gay da Bahia confessa
ser a maior parte deles cometida por profissionais do sexo e até hoje não se
exibiu nem um único caso de homicídio cometido contra homossexuais por motivo
de crença religiosa ou sentimentos conservadores?
Quem os
ensinou a desprezar a tal ponto a realidade e apegar-se a lendas insanas,
carregadas de ódio injusto contra inocentes que nunca lhes fizeram mal algum,
além de discordar de suas opiniões, e que não têm aliás o mais mínimo
meio de defesa contra os ataques multitudinários e bem subsidiados que se
movem contra eles?
Posso
explorar essas perguntas em artigos vindouros, mas nenhuma resposta vai jamais
atenuar a estranheza de um fenômeno deprimente, abjeto, moralmente
inaceitável: a perda do sentimento de justiça e de honra por toda uma geração
de brasileiros.
Eu mesmo,
quando escrevi O imbecil juvenil em 1998 (v. http://www.olavodecarvalho. org/textos/juvenil.htm), não
esperava que o mecanismo sociológico ali descrito se tornasse, por assim dizer,
oficializado, consagrando como virtudes cívicas a covardia, o servilismo grupal
e o assalto coletivo a bodes expiatórios desproporcionalmente mais fracos.
(Publicado
no Diário do Comércio)
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