sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ASSÉDIO MORAL NO AMAPÁ


            Este Artigo do senador Gilvam Borges, pelo seu conteúdo, merece ser meditado. A prática do assédio moral contra servidores de várias secretarias estaduais, é mais comum do que se pensa. Obrigando dezenas de pessoas, humilhadas por seus superiores imediatos e até ameaçadas, a pedir transferência para outros órgãos da administração. Realidade que não pode ser justificada, nem aceita por aqueles que, através do seu trabalho honesto, querem o bem do povo e o progresso desta terra. (BS)

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                  HIPOCRISIA  INACEITÁVEL
                          Gilvam Borges (*)

           A experiência diz que chefes ruins prejudicam o ambiente de trabalho e os negócios das empresas. Por isso, durante o processo de seleção de quadros, é comum o eventual candidato confrontar-se com um monte de questionários e passar, naquele mesmo dia, pelas inevitáveis entrevistas com os psicólogos. Trabalho, qualquer seja ele, exige serenidade das pessoas. Porque nele e por ele elas se realizam e sempre buscam a felicidade.
          Contudo, a vida de um trabalhador pode ser cheia de surpresas, agradáveis umas, desagradáveis outras. Entre as últimas, ou seja, as desagradáveis, a pior delas tornou-se moda no serviço público: o assédio moral. Traduzido num esquema perverso e traiçoeiro de perseguições diversas, partindo dos chefes e responsáveis, diretamente aos subordinados, sempre mais fracos e dependentes. Assédio moral, esse é o fantasma que foi cevado nas empresas modernas, nos gabinetes dos poderosos e ganhou as salas do serviço público no mundo inteiro.
         No Estado do Amapá, a nefasta e hipócrita prática do assédio moral no trabalho, vem fazendo as suas vítimas. Basta prestar atenção nas páginas dos jornais e aos programas matinais no rádio. Onde dezenas de pessoas – a maioria temerosas e escondendo-se atrás de pseudônimos – denunciam o assédio moral que vêm sofrendo na carne, porque não concordam com ordens absurdas e com o clima de “terror” implantado nas repartições do governo do Estado. Há inúmeros pedidos de transferência de servidores – pelo assédio moral que sofrem todos os dias  – nas secretarias da Educação e da Saúde.
        Ora, as propostas de um governo, quando sério e disposto, de fato e de direito, a mudar a infraestrutura  administrativa do Estado, valorizando seus servidores e dando-lhes oportunidades de trabalhar em paz e realizar as suas vidas, não podem, nem devem ser manchadas por abjetas práticas de assédio moral. Os nomeados, isto é, aqueles que foram alçados aos cargos de primeiro escalão ou de chefias, nunca devem esquecer que, no poder, sempre se conta um dia a menos, não um dia a mais.
           Todos eles, os perseguidores dos mais humildes, aqueles que se prevalecem dos seus cargos para despejar sobre as pessoas a sua frustração moral e sua incompetência,  saem do poder. Perdem seu espaço, tornam-se comuns e, não raro, vivem depois a esconder-se justamente envergonhados de olhar nos olhos daqueles a quem perseguiram sem motivo. Tomara que o assédio moral hoje sofrido pelos servi dores amapaenses, não se torne a marca registrada desse grupo que está no poder e que pensa sermos todos apenas cavalgaduras. Coitados, nem sabem o quanto estão enganados!
(*)  Gilvam Borges – é senador da República e líder da oposição no Amapá.

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